Síntese dos textos da Aula 03

O Texto: EDUCOMUNICAÇÃO - O QUE É ISTO?,  de Donizete Soares define de forma bastante clara o que é a Educomunicação em um nível mais acadêmico, mostrando todo o seu contexto histórico como vem sendo aplicada desde a década de 50, além de mostrar as várias países do mundo mostrando como está sendo aplicada a Educomunicação. Experiência em países como Os Estados Unidos que já á incorporou o modelo em sua grade curricular. São relatadas também experiências na Europa e principalmente em países da América Latina já desde os anos 60 com produções cinematográficas voltadas para crianças. É é importante destacar que a reação de resistência que de alguns intelectuais à influência dos meio de comunicação com ênfase na televisão sob a educação. O texto apresenta que nos últimos anos, principalmente em países europeus os governos veem com bons olhos este modelo de educação o está aplicando em em escolas do seu sistema de ensino.

A Educomunicação é definida como uma fusão de duas  áreas que possibilitam a integração de muitos saberes possibilitando a construção de sujeitos sociais no campo da ação política para o debate posturas, diferenças e semelhanças, é por excelência, uma área de transdiscursividade e, por isso, multidisciplinar e pluricultural.

É campo de ação prática. Não de experimentações ou ensaios como acontece nos laboratórios. O objetivo das práticas de Educomunicação não é submeter a teste essa ou aquela teoria, visando, assim, a generalização ou a criação de modelos a serem seguidos. Não é a universalização de um ou alguns conteúdos e/ou métodos o que se pretende com a prática educomunicativa.
É importante destacar a definição de Autônomo, que  não é o sujeito que faz as próprias leis ou busca impor o seu pensamentos aos outros. E nada tem a ver com o protagonista, que seria aquele que se apresenta à frente dos outros, seja como lutador ou como personagem principal... Não lhe interessa competir, chegar primeiro, ganhar a guerra, pois sabe que em matéria de disputa - seja ela qual for - somente alguns saem vencedores, exatamente porque a competição tem como objetivo principal excluir a maioria.

A Educomunicação é caracteriza como um novo campo de pesquisa e ação comprometido com outra gestão e, por conta disso, se apresenta como forma de intervenção social. Os participantes dos grupos, ao elaborarem e realizarem um novo discurso experimentam, na verdade, uma outra forma de convivência social, pautada, antes de tudo, no profundo respeito a cada um dos seus integrantes. Esses, por sua vez, compreendem que se os pensamentos e as decisões são individuais, os debates e as ações são sempre coletivos. Não dizem o que sentem e pensam porque não podem ou porque não têm o que dizer, mas porque querem ou porque não querem dizer.

O Texto Educomunicação e Educação Midiática: vertentes históricas de aproximação entre Comunicação e Educação de Ismar de Soares nos traz um histórico e conceito sobre a Educomunicação no Brasil e no mundo.

A Educomunicação está dividida em várias correntes teóricas dentre elas:

O Protocolo Moral é o mais antigo e ainda hegemônico, que remonta aos anos de 1930. Desde esta época, religiosos de diferentes denominações, referendados pelo Vaticano e as encíclicas dos papas Pio XI, Pio XII e Paulo VI têm sido perseverantes em desenvolver atividades educativas, algumas de caráter sistemático, contra os perigos representados, inicialmente, pela produção cinematográfica, e, na sequência, pela “invasão” da mídia, que adentrou com muita rapidez o interior dos lares, a partir dos anos de 1950.

produção midiática de qualidade, elaborada a partir do conceito de responsabilidade social.
Explica, por outro lado, o apoio de setores da sociedade a um dispositivo como a classificação indicativa dos espetáculos. Há os que vão mais adiante, lutando para que se eliminem algumas tradições consolidadas no mercado, como publicidade dirigida a crianças.

O Protocolo Cultural que parte do princípio de que a comunicação e os meios de informação fazem parte da cultura contemporânea, pelo que merecem ser conhecidos e estudados. Admitem que uma criança ou jovem que tenha acesso a informações sobre a mídia ficará imune a seus excessos, especialmente os que exercem efeitos psicológicos sob sua formação.

O que caracteriza esta vertente é seu foco na relação dos educandos com os meios de comunicação e as novas tecnologias ou, simplesmente, com a mídia. Esta é a razão pela qual esta maneira de trabalhar o tema ganha denominações como Educación para los Medios, na Espanha ; Educação para os Medias, em Portugal e Midiaeducação, no Brasil.

O Protocolo Mediático é uma corrente recém-sistematizada, apesar de haver se estabelecido na América Latina desde os anos 1980. Parte da luta do Movimento Social pela universalização do direito à comunicação, trabalhando para garantir a todos os sujeitos sociais, pela educação, o “acesso à palavra”, tradicionalmente negado aos mais pobres e excluídos.

O foco desta vertente não é a mídia, em si, mas o processo comunicativo em sua abrangência. O designativo “mediático” aponta para o reconhecimento alcançado pela Teoria das Mediações Culturais que assegura que todos estamos inseridos nos diferentes ecossistemas comunicativos que nos envolve, transitando entre as funções de emissores e de receptores de comunicação. No caso, a Educação para a Comunicação, aqui denominada como Educomunicação preocupa-se fundamentalmente com o fortalecimento da capacidade de expressão de crianças e jovens.

A UNESCO sempre viu bons olhos a aproximação da Educação com a Comunicação que chegou a promover debates para a inserção nas políticas públicas juntamente com ministros da educação de vários países.

No Brasil, surgiu o Projeto de Leitura Crítica da Comunicação, da UCBC20, que dos anos 1980 aos 1990, ofereceu um serviço de formação às lideranças do movimento popular e a docentes interessados na análise da presença da cultura midiática na sociedade. A essência da metodologia consistia em permitir a pessoas e grupos que descobrissem a natureza de suas relações com a mídia, a partir de seu lugar social e de seus próprios interesses. Desse esforço, surgiu a denominada comunicação alternativa ou popular, dos anos de 1970 e 1980, no continente.

Foram realizados diversos congressos internacionais, inclusive no Brasil para discutir e tratar das diretrizes e realizar estudos acadêmicos sobre educomunicação e conhecimento de novas ideias tanto da Europa como da America do Latina.

Depois de superada a resistência quanto a questão da mídia já no final dos anos 90 e início dos 2000 passou-se a se discutir a questão da cultura não apenas se confirmou, como abriu portas nas políticas públicas, facilitando o ingresso da Educação Midiática onde até há poucos anos o sistema educativo resistia em discutir o assunto.

Vale destacar o exemplo do Educom.rádio, da Secretaria de Educação do Município de São Paulo que é um projeto voltado a combater a violência nas escolas e incentivar uma prática de convivência cidadã, numa rede complexa de escolas, espalhadas pelo território de uma cidade da magnitude de São Paulo, mediante o planejamento e uso colaborativo dos recursos da informação (inicialmente o rádio, depois o vídeo e a linguagem digital) que permitiram que, em 2010, a prática da produção midiática chegasse às crianças da educação infantil, com a criação de suas “emissoras de rádio” ou “mini estações de vídeo/TV”, totalmente conduzidas por crianças de 6 a 8 anos de idade.

Outro exemplo que merece destaque foi a adoção do conceito e da prática educomunicativa por parte do Ministério do Meio Ambiente, tendo como objetivo promover a educação midiática de gestores encarregados das áreas de preservação socioambiental.

Os dois exemplos – somados aos milhares que podem ser colhidos em todo o território nacional – demonstram que a perspectiva educomunicativa de voltar-se prioritariamente aos problemas de cultura e, secundariamente, à questão dos meios de informação, havia produzido um efeito jamais testemunhado de interesse pela Educação Midiática no país.

No caso, a Educomunicação dialoga com a Educação, tanto quanto com a Comunicação, ressaltando, por meio de projetos colaborativamente planejados, a importância de se rever os padrões teóricos e práticos pelas quais a comunicação se dá. realizando, desta forma, transformações sociais e priorizando, desde o processo de alfabetização, o exercício da expressão, tornando tal prática solidária fator de aprendizagem que amplie o número dos sujeitos sociais e políticos preocupados com o reconhecimento prático, no cotidiano da vida social, do direito universal à expressão e à comunicação.

Felizmente, cresce, hoje, no Brasil, a disposição para uma colaboração mais sólida entre os agentes que trabalham com Educação Midiática, independentemente da designação das correntes teórico-programáticas a que se filiam. O importante – entendem seus promotores – é unir forças para ampliar os espaços de negociação, especialmente com as políticas públicas, ainda resistentes em entender a importância de se tomar a mídia e a comunicação objetos de consideração no trabalho educativo.

Já o terceiro o texto com o tema Educação e Comunicação: possibilidades de um caminho integrado em prol do diálogo e da cidadania é um estudo de Rafaela Bortinho Pinheiro que conclui que educomunicar é não só incentivar alunos e professores a se informarem sobre assuntos variados, mas motivar esses sujeitos a terem momentos de análise, reflexão e crítica sobre as mensagens dos meios de comunicação, levando-os a se sentirem estimulados a agir de maneira ativa, autônoma e consciente em sua comunidade. Para isso, abrir espaço para o diálogo (segundo a perspectiva de Paulo Freire) é fundamental para delinear uma educação participativa, criativa e questionadora.

É um artigo que objetiva discutir a interface entre a comunicação e a educação no intuito de assumir o uso dos meios de comunicação nas escolas incentivando a cidadania de alunos e professores com leitura crítica da mídia.

O artigo traz a perspectiva da relação entre a leitura crítica dos meios com o exercício da cidadania de maneira consciente, com o foco nas pesquisas em Comunicação que sai da tendência de considerar exclusivamente o papel atuante dos emissores e se volta para a importância dos receptores não como meros decodificadores da mensagem, mas sujeitos que também podem produzi-la se tornando mais um emissor e multiplicador da informação.

No texto do artigo somos apresentados ao pesquisar espanhol, radicado na Colômbia, Jésus Martín Barbero (1937-) que nos anos 80, apresentou uma nova percepção de comunicação com o desenvolvimento dos Estudos de Recepção. Até aquele momento, as teorias a respeito da comunicação concentradas “no pólo da emissão e do conteúdo das mensagens. Ou seja, o receptor era ‘alguém’ que precisava ser alertado para se tornar crítico e ativo.

Martín-Barbero (1997, p. 287) propõe uma análise da comunicação tirando o foco exclusivamente do emissor e lançando um olhar para a comunicação como “processo produtor de significações e não de mera circulação de informações, no qual o receptor, portanto, não é um simples decodificador daquilo que o emissor depositou na mensagem, mas também um produtor”.

Desta forma, a comunicação deixa de ser um processo puramente ideológico e sua análise se concentra em seu caráter como questão de cultura, que envolve sujeitos e atores, sendo fundamentalmente marcada por um processo de produção e não de mera reprodução de conteúdos (MARTÍN-BARBERO, 2002).

É perceptível no texto que trata da abordagem de vários autores internacionais com destaque para Paulo Freire, que no início havia um certa distinção das áreas da Educação e da Comunicação mas que com o passar dos anos foi havendo uma integração no que culminou em um casamento perfeito no que fez surgir o termo da Educomunicação juntamente com a adoção de mídias, ficando bastante evidente como, sendo processos integrados e de expressão dos homens, tanto a Educação quanto a Comunicação que podem ser utilizadas de maneira positiva para libertar o sujeito e torná-lo ativo, crítico e consciente de seu papel no mundo, mas, em uma perspectiva de dominação e exploração, se tornam recursos de opressão e manipulação.

A difusão da Comunicação popular por assim, falar a Comunicação Educativa é fortalecer a importância de uma Educação fundamentada no diálogo entre alunos e professores.

No Brasil, o pesquisador brasileiro Ismar de Oliveira Soares, da Universidade de São Paulo (USP), que é um dos autores de maior destaque nacionais sobre o assunto, lança mão da nomenclatura Educomunicação para se referir ao processo da associação entre Comunicação e Educação. Para ele, educomunicação é o conjunto das ações inerentes ao planejamento, implementação e avaliação de processos e produtos destinados a criar e fortalecer ecossistemas comunicativos em espaços educativos, melhorar o coeficiente comunicativo das ações educativas, desenvolver o espírito crítico dos usuários dos meios massivas, usar adequadamente os recursos da informação nas práticas educativas, e ampliar capacidade de expressão das pessoas (SOARES, 2002, p. 24).

Educomunicar, neste contexto, se torna uma maneira de oferecer a alunos e professores a possibilidade de identificar, entre a  grande infinidade de conteúdos que são publicados diariamente, o que é confiável, o que pode ser visto como relevante e que meios valem a pena de serem lidos, vistos ou ouvidos.

O estudo diz então que é possível definir que educomunicar é, em um primeiro momento, trazer para o cotidiano da a sala de aula para estreitar os laços entre a escola, a sociedade e o mundo que a cerca, de maneira a incentivar alunos e professores a se informarem sobre assuntos variados, como saúde, educação, economia, política, esportes e fatos que aconteceram em sua cidade.

Neste sentido, educomunicar vai além de proporcionar que alunos e professores tenham contato com a mídia na escola. É preciso um trabalho contínuo que ultrapasse a leitura da palavra e contemple uma complexa leitura do cotidiano e do mundo no qual essa pessoa está inserida, como defendia Freire (1986). Além disso, não basta ler, ouvir ou assistir: é preciso agir, dialogar e ir além do que se vê nos meios de comunicação.

Os textos da aula 03 mostram o campo da Educomunicação vem sendo bastante pesquisado estudado, e debatido na academia sobre a sua eficácia e modelo de inclusão e transformação para que sociedade possa formar cidadãos mais críticos a respeito da informação que consomem e por ventura transmitem se tornando neste caso multiplicadores.

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